Um sonho realizado no futebol

Eduardo realizou um sonho com os filhos Maysa e Emanuel (Foto: Divulgação) 

O que pode representar as fotos que ilustram esta matéria? Para o lateral direito do Atlético-PR Eduardo, maceioense natural do bairro de Bebedouro, significa a realização de um sonho. O sonho de quem iniciou a carreira de forma meteórica no CRB em 2006, mas, depois de momento ruins e bons, se concretiza no Furacão, onde o jogador vive a melhor fase da carreira.

Na semana passada, Eduardo publicou a foto com os filhos nas redes sociais com a seguinte legenda: “Um sonho realizado”. Aquela foi a primeira vez que o alagoano entrou em campo acompanhado dos filhos Mayza, 6 anos, e Emanuel, 1 ano e meio. O registro fotográfico foi feito no dia 24 de fevereiro deste ano, pela assessoria do clube, na partida de inauguração do gramado sintético do Estádio Atlético Paranaense, conhecido como Arena da Baixada. Na ocasião, o Furacão venceu o Criciúma por 1 a 0, gol do também alagoano Otávio, em jogo válido pela Primeira Liga.

“Meus filhos comigo em um jogo com cenário como aquele, não tem coisa mais incrível. Eles são maravilhosos! Eu ainda não tinha entrado com os dois na Arena. Só a menina tinha entrado comigo, então, naquele dia, o pequeno criou coragem para entrar e foi um dia inesquecível”, descreveu Eduardo, em entrevista exclusiva à Gazeta de Alagoas.

Eduardo está no Atlético-PR desde abril do ano passado. Ele revela que vive a melhor fase da carreira. “Está sendo incrível estar em um clube de tanta grandeza. A estrutura do time é fantástica e tudo conspira para o bom convívio. A mescla de jovens com alguns jogadores mais experientes é muito legal”, falou.

Também alagoano e com passagem pelas categorias de base do CRB, o volante Otávio é um dos melhores amigos de clube do lateral. Além dele, também foram citados o goleiro Santos e o zagueiro Thiago Heleno, que se concentram com Eduardo nos jogos do Atlético.

Início promissor no profissional do CRB

O lateral se destacou no CRB em 2006 (Foto: Divulgação)

Eduardo iniciou a carreira nas categorias de base do Murici. Em 2005, foi indicado pelo técnico do Alviverde para ir fazer parte do time que disputaria a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo CRB. Em 2006, foi promovido para o time principal do Galo para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro e se destacou pelo clube na primeira temporada como jogador profissional.

“Recebi a oportunidade e não saí mais do time”, lembrou o lateral direito, contando que a primeira chance no time profissional foi dada pelo técnico Ferdinando Teixeira, mas foi mantido na equipe principal pelo treinador Roberto Cavalo. “Ele (Cavalo) me tratou como um filho, somos amigos até hoje”, detalhou Eduardo.

Segundo o lateral, a pessoa que mais o ajudou na época do CRB foi Manoel Nascimento, que era diretor-geral das categorias de base do Galo. O dirigente acreditava muito no potencial de Eduardo e convenceu os diretores do clube a efetivarem o atleta para o time profissional. Manoel estava certo. E no time Eduardo realizou um dos seus sonhos. “Sou muito grato a ele”, cravou.

“O CRB é o meu clube de coração, sempre fui regatiano. Vestir a camisa do Galo já foi um sonho enorme realizado. Dali por diante, fui conquistando tudo o que eu sempre quis”, revelou o alagoano, que só defendeu as cores do Regatas naquela temporada.

Do céu ao inferno, até a volta por cima

Eduardo ao lado do também alagoano Otávio, amigo no Atlético
 na comemoração do título paranaense deste ano. (Foto: Divulgação)

Em menos de um ano como profissional, a carreira do jogador deu um salto. Em 2007, Eduardo se transferiu para o Vasco da Gama e chegou à elite do futebol brasileiro. No clube carioca, o alagoano teve a oportunidade de ser treinado por Renato Gaúcho e jogar ao lado de craques como Edmundo e Romário, que hoje estão aposentados.

“Para um menino que só via Romário e Renato Gaúcho pela TV e depois ser comandado por um e jogar com outro, não tem coisa melhor. Foi muito bom atuar no Vasco, aprendi muito. Fiquei um pouco deslumbrado e fiz algumas besteiras que me atrapalharam, mas no geral foi muito importante para o meu amadurecimento”, relatou o atleta.

Eduardo ficou no Vasco até o fim de 2008. Nessa temporada, ele ainda chegou a ser emprestado para disputar o Campeonato Carioca pelo Duque de Caxias. Após deixar o time de São Januário, o alagoano viveu o pior momento da carreira profissional. Ele atuou em quatro clubes em 2009 e não foi bem em nenhum.

“Voltei para Maceió e acertei com o CSA, mas só joguei cinco jogos no Alagoano. No mesmo ano, passei também por Confiança-SE, Guaratinguetá-SP e River-SE. Passei uma situação que até pensei em parar de jogar futebol, pois minha filha estava para nascer e fiquei o ano todo tomando porrada nesses times”, revelou.

*A matéria também foi publicada no jornal Gazeta de Alagoas.