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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Alagoano sonha disputar Copa de 2022 pelo Qatar

Natural de São José da Lage, Netinho veio passar férias em Alagoas. (Foto: Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas)
Disputar a Copa do Mundo de 2022 é o objetivo do alagoano Netinho. Recém-contratado do Al-Jaish, do Qatar, o meia de 25 anos sonha com a naturalização para disputar o Mundial que será disputado daqui a seis anos. Ele se destacou no início da carreira atuando naquele país, onde ganhou o apelido de “Rei do Qatar”, mas recebeu o convite para atuar no Brasil, onde voltou e não foi como ele esperava ser. No ano passado, o jogador retornou ao mundo árabe e tem planos ambiciosos. 

“Meu retorno para o Qatar já foi para me naturalizar e poder ter a oportunidade de defender a seleção. Na minha primeira passagem pelo país, eu já havia recebido o convite de naturalização, mas o sonho de atuar no país onde nasci me fez voltar para o Brasil. Mas eu já estou decidido e quero disputar a Copa do Mundo de 2022 pelo país que me acolheu tão bem, e que sediará a competição”, afirmou Netinho, que precisa jogar mais quatro anos seguidos no Qatar, para conseguir a naturalização. 

Natural da cidade de São José da Laje, Netinho veio passar férias em Alagoas. Em entrevista ao blog, o meia também revelou o acerto por cinco temporadas com o Al-Jaish, clube que disputará a Liga do Qatar, a Copa do Príncipe e a Copa QNB. 
Mesmo jovem, o meia conhece bem o futebol do Qatar. (Foto: Divulgação)


“Eu assinei com o Al-Jaish, time que tem outros brasileiros, mas já estou muito bem adaptado no país, já joguei muito tempo no Qatar e estou muito feliz com esse novo momento. O mundo árabe foi que me abriu as portas e me deu a chance de jogar. Estou motivado, vou buscar títulos com meu novo clube e buscar também meus objetivos pessoais", falou o meia. 

Mesmo jovem, Netinho é um jogador que conhece muito bem o futebol do Qatar. Foi lá que a carreira do alagoano decolou no futebol profissional. Ele iniciou a trajetória no Lekhwiya, em 2010, quando conquistou a Liga do Qatar. Em seguida, se transferiu para o Al-Wakrah, onde conquistou a Hadif Cup, em 2011, e a Copa QNB, em 2012. 

No mesmo ano, ele voltou para o Brasil e acertou com Palmeiras, com o objetivo de ter o mesmo sucesso no país onde nasceu. “O Felipão era o técnico do Palmeiras, na época, e aprovou a minha chegada. Mas o clube me prometeu uma coisa e fizeram outra. Eu era uma promessa vinda do Qatar em busca de uma oportunidade para mostrar meu talento. Não me deram a oportunidade e fiquei encostado no time B. O que me atrapalhou também foi porque peguei um momento de mudança de diretoria. Eu estava bem, rendia nos treinos, mas infelizmente não me deram a chance de mostrar meu futebol”, contou. 

Após a saída do Palmeiras, Netinho contou que ainda tentou acertar com o CRB e com o ASA, que no ano disputavam a Série B do Brasileiro, mas os clubes fecharam as portas para ele. “Eu queria jogar em Alagoas, eu quis vir para o CRB e o ASA. Eu me orgulho de ser alagoano, eu gostaria de estar perto dos meus familiares, mas infelizmente não aconteceu. Espero um dia ainda jogar aqui”, revelou. 

Após a saída do Palmeiras Netinho ainda tentou se firmar no futebol brasileiro jogando em clubes menores, como Marília e Paraná. Mas, também foram poucas as oportunidades, e ele percebeu que aqui as coisas não eram como ele esperava. 

“Estou em um momento muito bem comigo mesmo. A volta ao Brasil me fez amadurecer bastante. Eu tive o sonho de atuar em um grande clube brasileiro e me destacar, mas infelizmente eu vi a dificuldade que é jogar no Brasil. Não é só o futebol, são outras coisas que vão além da qualidade do atleta, eu falo por experiência própria”, lamentou o jogador. 
“Eu quis vir para o CRB e o ASA, mas infelizmente não deu  certo. (Foto: Ailton Cruz/ Gazeta de Alagoas)
“O extra-campo do Brasil é um pouco complicado. Eu sofri bastante aqui porque não tinha empresário grande do esquema. Infelizmente foi assim. Quantas vezes eu arrebentava nos treinos, jogava bem nos amistosos e não tinha oportunidade. Às vezes tem um clube que está mal financeiramente e vem um investidor e coloca 20 atletas no time que vão jogar, não importa se você for melhor que eles”, revelou Netinho. 

Segundo ele, sempre foi empresariado por seu pai, Pedro Mendes Neto, a quem é muito grato. “Agradeço muito a ele por tudo que conquistei. Estou no exterior porque lá o principal é o talento. Se eu for melhor que os outros, sempre jogarei”, finalizou, informando que sua carreira no Qatar também está sendo cuidada pelo empresário Jonatas Queiroz.


*A matéria também foi publicada no jornal Gazeta de Alagoas.

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