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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Didira: de gandula a ídolo querido no ASA


O nome de batismo é Cicero dos Santos Bezerra, mas para o torcedor alagoano e, principalmente do ASA, ele é conhecido por Didira, ou até “Iniesta do Agreste”, apelido que recebeu recentemente dos alvinegros nas redes sociais. Ídolo do clube arapiraquense, o ex-gandula e agora jogador foi o que mais atuou com a camisa do ASA e o segundo maior goleador. O meia de 27 anos falou sobre a trajetória, os sonhos e objetivos no futebol, e contou histórias interessantes de sua vida. Entre elas, o surgimento do apelido Didira e a escolha da camisa 19, a qual veste. 


O apelido de Didira veio ainda na infância, colocado por sua mãe, a dona Cida. “Quando eu ainda era criança, tinha um primo que se chamava Didisso e eu gostava muito de brincar com ele. Daí, minha mãe começou a me chamar de Didira. E o apelido pegou (risos)”, revelou.

Ele não esconde a felicidade de defender o ASA. “Me sinto feliz, procurei fazer o melhor para ajudar o ASA, e conquistar tudo que consegui aqui. Ser ídolo, o jogador que mais vestiu a camisa do clube e o segundo que fez mais gols é uma grande honra”. 

Segundo ele, o jogo mais marcante com a camisa do ASA foi contra a Portuguesa, pela Série B de 2011, em que o time de Arapiraca venceu por 2 a 0 e ele marcou um golaço de cobertura. “Nesse jogo fiz um gol que ficou marcado para mim, onde até ganhei uma placa em homenagem, que está lá no estádio. Pude fazer uma grande partida e fui muito feliz naquele dia”, revelou. 

Dono da camisa 19, Didira é o único jogador com numeração fixa no ASA. O meia contou que é em homenagem ao irmão David Bruno dos Santos, que faleceu no dia 19 de maio de 2015. “Já vinha treinado com a camisa 19 e atuava com a 10, aí conversei com a diretoria e pedi a 19 para fazer a homenagem a meu irmão e já fiquei jogando com ela”, explicou. 


Recentemente alguns torcedores começaram a chamar o jogador de “Iniesta do Agreste”, em referência ao meia do Barcelona e da seleção espanhola. Outros torcedores brincam até mais, dizendo que o Iniesta que é o “Didira da Catalunha”. 

“Quando o apelido surgiu, eu nem sabia, foram os companheiros de trabalho que me falaram. Para mim é importante ser reconhecido e comparado com um jogador como o Iniesta. É muito bom saber que os torcedores e companheiros gostam da minha pessoa e valorizam meu trabalho”, disse. 

No mês passado, Didira recebeu uma proposta do Paysandu, mas decidiu continuar pelo menos até o fim de 2015 no ASA. Ele disse que assim que chegou a proposta, passou para a diretoria do clube, que entrou em acordo e decidiu a sua permanência em Arapiraca. “Agradeci ao Paysandu a procura, mas tenho contrato com o ASA até o fim do ano, quero cumprir e sair com as portas abertas”, explicou. 

“Pretendo sair do ASA no final da temporada, mas quero sair pela porta da frente, deixando o clube na Série B. Não está nada certo ainda, pode ser que chegue no fim do ano e eu entre em acordo com a diretoria e continue, mas meu planejamento por enquanto é seguir minha carreira em outro lugar em 2016”, revelou o ídolo. 

No final do ano passado, antes de renovar contrato por mais uma temporada no ASA, Didira contou que outros clubes alagoanos tiveram interesse em seu futebol, como CSA, CRB e Coruripe. “Preferi renovar até pelo respeito e o carinho que tenho pelo ASA e não poderia sair dessa forma. Quero ir primeiro para um time de fora do Estado e, quem sabe depois, eu possa voltar para outro clube de Alagoas”. 

Didira revelou que seu sonho é encerrar a carreira no ASA e, antes disso, ter a chance de jogar no Flamengo ou no Santos. “Vou trabalhar forte para realizar meus sonhos e, se Deus quiser, vou conseguir”. 

Segundo ele, o principal objetivo é levar o ASA de volta à Série B do Brasileiro. “A Série C é um campeonato equilibrado, com boas equipes e precisamos fazer bons jogos. Não podemos baixar a cabeça, achar que está tudo ganho, temos de ter os pés no chão, personalidade e atuar da forma que estamos atuando. Será fundamental”. 




Fotos: Divulgação/ASA Oficial
Texto: Dayvidson Soares / Matéria publicada também no Jornal Gazeta de Alagoas

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